domingo, 12 de junho de 2011

OS DEVOTOS DO DIVINO VÃO ABRIR SUA MORADA





Os devotos do Divino  vão abrir sua morada

Pra bandeira do menino  ser bem-vinda,

ser louvada, ai, ai



Deus nos salve esse devoto  pela esmola em vosso nome

Dando água a quem tem sede,

dando pão a quem tem fome, ai, ai



A bandeira acredita  que a semente seja tanta

Que essa mesa seja farta,

que essa casa seja santa, ai, ai



Que o perdão seja sagrado,  que a fé seja infinita
Que o homem seja livre,

que a justiça sobreviva, ai, ai



Assim como os três reis magos  que seguiram a estrela guia

A bandeira segue em frente  atrás de melhores dias

No estandarte vai escrito  que ele voltará de novo

Que o rei será bendito  ele nascerá do povo


O Império do Divino


Originalmente, a Festa do Divino constituía-se do estabelecimento do Império do Divino, com palanques e coretos, onde se armava o assento do Imperador, uma criança ou adulto escolhido para presidir a festa, que gozava de poderes de rei. Tinha o direito, inclusive, de ordenar a libertação dos presos comuns, em certas localidades do Brasil e de Portugal.

Para arrecadar os recursos de organização da festa, fazia-se antecipadamente a Folia do Divino: grupos de cantadores visitavam as casas dos fiéis para pedir donativos e todo tipo de auxílio. Levavam com eles a Bandeira do Divino, ilustrada pela Pomba que simboliza o Espírito Santo e recebida com grande devoção em toda a parte. Essas Folias percorriam grandes regiões, se estendendo por semanas ou meses inteiros.

Para se ter uma idéia do prestígio da Festa do Divino no século 19, o folclorista Câmara Cascudo lembra que o título de "imperador do Brasil" foi escolhido em 1822, pelo ministro José Bonifácio, porque o povo estava mais habituado com o título de imperador (do Divino) do que com o nome de rei.


A História da Festa do Divino


A origem da Festa do Divino se encontra em Portugal do século 14, com uma celebração estabelecida pela rainha Isabel (1271-1336) por ocasião da construção da igreja do Espírito Santo, na cidade de Alenquer. A devoção se difundiu rapidamente e tornou-se uma das mais intensas e populares em Portugal.
Por isso, chegou ao Brasil com os primeiros povoadores. Há documentos que atestam a realização da festa do Divino em diversas localidades brasileiras desde os séculos 17 e 18.
É o caso de uma carta do capelão João de Morais Navarro a Rodrigues Cezar de Menezes, então governador da Capitania de São Paulo, datada de 19 de maio de 1723, que se iniciava com as seguintes palavras: "Indo ter à festa do Santíssimo Espírito Sancto a Vila de Jundiahy [...]" (em "Documentos Avulsos", publicação do Arquivo do Estado).








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